Não
existe crise para os donos de academia, para os personal trainers, para os
esteticistas e nem para os cirurgiões-plásticos, devido ao mercado crescente, formado,
na sua maioria, por pessoas em busca de um corpo perfeito; pessoas acreditando
que os seus maiores problemas serão solucionados ou amenizados na medida em que
investirem pesado nele.
Com
o valor extremado que se tem dado a aparência física, ao visual, muitos tem se
equivocado na interpretação da imagem que vê diante do espelho. Este simples
objeto é muito limitado para lhe outorgarmos a autoridade de nos informar quem
somos, na íntegra, pois o que ele consegue transmitir para quem se depara
diante dele é uma simples imagem externa, se fôssemos uma fruta, esta imagem representaria
apenas a casca dela. O corpo físico apenas não representa o homem na sua
magnitude; não somos apenas um corpo; existe por detrás desta figura visível uma
mente com poder de raciocínio, que comanda todo este corpo e, além disto, um
espírito, que a bíblia chama de fôlego de vida. Este espírito é a nossa
essência e o responsável por tudo que somos (Gênesis 2.7).
O
grande problema não é quando o espelho nos revela traços do envelhecimento da
nossa pele, quando nos revela magreza, obesidade ou qualquer outro tipo de
deformidade física; muito pior do que isto é quando a imagem refletida e
interpretada pela nossa mente é conflituosa, insinuando inépcia, covardia,
limitação extrema ou até mesmo uma deformidade em nossa forma de pensar e ver
as coisas, esta muito pior que a primeira.
A
autoimagem tem sido um divisor de águas para a vida de muita gente, pessoas com
o mesmo grau de capacidade dentro de um grupo tomado como referência, mas que
agem como se fossem inferiores sempre e em tudo. O que precisa estar bem claro
para todos é que a visão proporcionada pelo espírito do homem, que alguns
interpretam como alma, por estar ligada diretamente as emoções, pode interferir
no corpo com muito mais eficácia do que o inverso. Prova disto é o que diz
Salomão: “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os
ossos. O Espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido
quem o pode suportar.” (Provérbios 17.22; 18.14). Tenhamos certeza de uma coisa
nem sempre a autoimagem é real e confiável, como prova desta tese citarei dois
exemplos muito claros na Bíblia.
O
primeiro trata-se de um homem chamado Gideão.
Deus mandou um Anjo para lhe informar que ele havia sido escolhido para
liderar a Israel contra um dos seus inimigos da época, os Midianitas, por ser
um homem valente. A sua autoimagem até então não testificava, pois ele se
considerava uma pessoa frágil, sem expressão, vindo de uma família extremamente
humilde, portanto, na sua visão, incapaz de cumprir a missão lhe imposta. Deus
teria se equivocado na sua escolha? Quem sabe o Anjo não o confundiu com outro
homem? (Jz 6).
O
segundo exemplo está descrito no livro de Números, capítulo 13, onde narra à
história de doze homens que são mandados para fazerem um reconhecimento da
terra a ser conquistada pelos Israelitas. Os doze escolhidos retornaram com um
relatório contraditório, pois dois afirmavam que era possível conquistar a
terra, apesar dos grandes desafios, entretanto, os demais tiveram uma
autoimagem muito negativa, afirmando o seguinte: “... e éramos aos nossos
próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.” (Números
13.33b). A autoimagem deles era tão pessimista que além de se verem como
gafanhotos, acreditavam que os inimigos também o viam assim.
Deus
prova para Gideão que a sua autoimagem estava totalmente equivocada, prova
disto é que ele liderou e venceu um grande exército, demonstrando, na prática,
ser um homem valente, guerreiro, líder capaz de realizar proezas nas mãos de um
Deus que também é capaz de tratar a nossa baixa autoestima.
Segundo,
Deus também prova para aqueles 10 homens enfermos na alma, que se achavam meros
gafanhotos de que as suas autoimagens também estavam enganadas. Venceram os
gigantes que habitavam a terra e se cumpriu o que o próprio Deus lhes prometera.
O homem para Deus jamais vai sequer se assemelhar a um gafanhoto, pois ele é a
menina de seus olhos, primazia da criação (Zacarias 2.8).
Portanto,
em primeiro lugar não supervalorize a imagem que você recebe relacionada ao seu
corpo físico, pois você poderá um dia chegar à conclusão de que tudo isto não
passa de vaidade (Eclesiastes 12.8). Segundo, não confie totalmente na imagem
que o espelho te mostra em relação ao seu eu interior. Existe um percentual
muito grande de pessoas que, assim como Gideão; os Espias; Moisés, quando foi
chamado para libertar o seu povo; e muitos outros personagens Bíblicos, precisam
ser tratados quanto as suas autoestimas e, talvez necessitem que o próprio Deus
lhes mostre quem na verdade são: Filhos do Altíssimo; co-herdeiros com Cristo, fortes;
competentes; versados no conhecimento; perseverantes; instruídos em sabedoria;
resilientes e mais que vencedores, tudo isto tendo uma autoimagem através de
uma mente cativa ao senhorio de Cristo, não andando por vistas, senão por fé.
Soli
Deo Glória
Juvenal
Mariano de Oliveira Netto
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