segunda-feira, 21 de setembro de 2015

UM AMOR EQUIVOCADO E PERIGOSO


“Não ameis o mundo...” esta frase parece contraditória pelo simples fato de ter sido escrita por um dos discípulos mais próximos a Jesus e que fala com extrema propriedade sobre a natureza do verdadeiro amor.  João escrevendo as suas cartas faz inúmeras referências à capacidade infinita de Deus em amar o homem e também sobre a responsabilidade que este tem de aprender e de viver este amor.
Quando João utiliza a palavra “mundo” ele não está se referindo as pessoas sejam elas quais forem, independente de quaisquer fatores, seja social, econômico ou cultural. Ele estava se referindo a um sistema perverso gerenciado por um ser que se rebelou contra Deus e levou consigo a terça parte dos Anjos, tipificado por satanás. Muitos têm subestimado a inteligência e a astúcia deste terrível ser, inclusive cristãos. A sua missão é levar o máximo de pessoas para o inferno e para isto fará de tudo para conseguir o seu intento. No intuito de enganar e persuadir a sua presa, ele oferece coisas extremamente atraentes; nunca se apresentará com uma aparência feia, que cause medo e pavor, pelo contrário, oferecerá verdadeiros banquetes que trarão muita satisfação a nossa “carne”.
Esta advertência do Apóstolo apesar de ter sido escrita há tanto tempo, é atualizadíssima para o estilo de vida em que a nossa geração resolveu adotar neste período de pós-modernidade. Amam e se deliciam com os encantos deste “mundo”; ficam hipnotizadas pela sua magia, entretanto, deixam a desejar em relação ao amor ao próximo. Jesus amava as pessoas incondicionalmente, porém reprovava o sistema dominado pelo pecado. Ao mesmo tempo em que ele estende a sua mão perdoadora para uma mulher que era acusada de ter cometido adultério e que estava prestes a ser apedrejada, Ele diz para ela: “... vai e não peques mais.” (João 8.11).
O grande problema é que existem muitos cristãos equivocados achando que podem ser discípulos de Cristo e ao mesmo tempo participarem dos banquetes oferecidos por este sistema corrompido, quem pensa deste modo está enganando a si mesmo e a sua religião é vã, inútil, e se não se arrepender de verdade o seu fim será trágico.
Não precisamos, necessariamente, ter cursos na área teológica, para compreendermos o que João está tentando mostrar para aqueles que realmente querem seguir a Cristo. Para ele não há duas opções, ou se ama o “mundo” e repele a Cristo ou se ama a Cristo e repele o “mundo” (1João 2.15). Não há como servir a dois senhores. Muitos estão buscando um paliativo religioso ao invés de buscarem verdadeiramente a Cristo e acabam ficando em cima do muro, mal sabem elas que o muro pertence ao “mundo”. O Apóstolo Paulo diz que tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém (I Coríntios 6.12), ou seja, temos total liberdade para fazermos as nossas escolhas, tanto para pecar e viver dissolutamente, como para viver uma vida de santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14).
João ainda se dá ao trabalho de nos explicar os resultados de nossas escolhas quando afirma que o “mundo” deve ser odiado porque ele passa juntamente com os seus prazeres, nele tudo é temporário, todavia, aquele que opta por ignorar a ele e amar a Deus e ao próximo, esse viverá para sempre, vencerá o dano da segunda morte. (1João 2.16,17; Apocalipse 21.8)

Soli Deo Glória

Juvenal Mariano de Oliveira Netto

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

APRENDENDO COM UM ESTRANGEIRO SOBRE GRATIDÃO

           Narra-se a história de dez homens que perambulavam pelos arredores de sua cidade sem destino (Lc 17.11-19). Possuíam uma doença incurável e altamente contagiosa. As regras eram bem claras, qualquer portador deste tipo de enfermidade não poderia ter qualquer contato com as outras pessoas.

A fonte não revela há quanto tempo àqueles moribundos estavam doentes, entretanto pelas características desta doença, pode-se imaginar que estes homens viviam sem nenhuma perspectiva de vida, com uma baixíssima autoestima, tristes, isolados do convívio familiar, enfim, esperando da pior maneira a morte chegar.  
Em um destes momentos inusitados da vida, aqueles homens se depararam com uma pessoa diferente, mesmo a distância reconheceram quem era, a sua fama havia percorrido toda a região. Então se lembraram do que afirmavam a seu respeito: “Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam... (Mt 11.5)”. Aqueles pobres homens raciocinaram rapidamente.
 - Este homem é a única saída para nós, se Ele já foi capaz de realizar tantos milagres, Ele pode também nos curar. Ele pode mudar o rumo da nossa história; sem pestanejar começaram a gritar: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”.
O Mestre compadecido daquelas pobres criaturas resolveu curá-los, tirá-los daquela miséria ambulante; dar-lhes uma nova oportunidade de serem felizes, de retornarem para junto de seus familiares e terem uma vida normal.
Nove deles estavam tão extasiados pela cura e a possibilidade de terem suas vidas de volta que, se quer foram capazes de olhar para trás, só pensavam em correr para a cidade e voltarem ao convívio familiar. Não sabiam eles que havia algo ainda mais excelente que a cura daquela doença física. A ingratidão lhes roubara o direito de poderem conhecer também a cura da alma através daquele Homem-Deus.
A gratidão sempre nos levará a experimentar patamares mais altos, apenas o estrangeiro foi capaz de retornar, de dar meia volta e se curvar diante daquele que começava a mudar a sua trajetória de vida. Não sabia ele que o seu pequeno gesto seria capaz de lhe proporcionar algo ainda melhor. Diante de sua singela atitude, ouviu a seguinte frase: “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou”.
Portanto sempre valerá a pena demonstrar gratidão diante de todos os homens, mas  principalmente diante de Deus, pois Ele sempre tem o melhor para todos aqueles que procuram fazer a sua vontade (I Ts 5.18). Jesus diante daquele coração cheio de fé e gratidão não poderia dispensá-lo sem antes oferecer-lhe o que Ele tinha de melhor, a vida eterna nos céus, oferecida gratuitamente a todos que se arrependem de seus pecados e o confessam como senhor de suas vidas.

Soli Deo Glória


Juvenal M. de Oliveira Netto