Um dos grandes dilemas
enfrentados pelos homens é compreender o significado de sua existência.
Encontrar a resposta para essa indagação não é nada fácil. Entretanto, devido à
sua relevância, quem a distingue automaticamente percebe que ela é a chave para
inúmeras outras questões, as quais circundam a natureza humana. Identificar
qual é a sua missão pode fazer toda a diferença, independentemente da fé ou
religião que professe, pois ela é a mola propulsora capaz de manter o seu corpo
e alma em movimento contínuo. Você já descobriu qual é a sua?
Moisés nasceu com a exímia
função de libertar seu povo de uma escravidão, a qual já perdurava por mais de
três séculos (Ex 12.40). Como por norma, quanto mais expressiva, maior será o
seu nível de dificuldade. O primeiro obstáculo foi justamente sobreviver ao parto,
pois o rei do Egito havia determinado para as parteiras hebreias que matassem
todas as crianças do sexo masculino (Ex 1.15-20). No entanto, quem determina a
tarefa se incumbe de oferecer todo o suporte necessário. Aquele bebê nasceu e,
antes que completasse o quarto mês de vida, foi novamente submetido a outra
grande prova, mas Deus estava cuidando de tudo, nos mínimos detalhes (Ex
2.1-10). Moisés obteve todas as ferramentas necessárias para capacitá-lo a
cumprir o seu chamado.
Quando Deus viu que seu
servo estava pronto, o designou mediante uma grande visão (Ex 3.1-10). A reação
de Moisés foi colocar uma série de desculpas, todas no intuito de se esquivar
da responsabilidade. Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra! A última
delas foi sua limitação quanto à fala. Não se sabe ao certo que dificuldade era
essa, talvez uma gagueira. Seguindo o raciocínio lógico e meramente humano,
diríamos: é fácil, basta apenas remover esse impedimento, afinal de contas,
Deus pode todas as coisas, não obstante, ele não agiu desse modo. A resposta do
Eterno para Moisés foi a seguinte: “...Não
é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará muito bem... E tu lhe
falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca, e com a
dele, ensinando-vos o que haveis de fazer. E ele falará por ti ao povo; e
acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus.” (Ex 4.14-16)
À luz da experiência de Moisés, podemos assimilar alguns conceitos. Todos recebem pelo menos uma missão ao nascerem. Quanto maior a relevância desta, maiores serão os empecilhos, por isso, é importante ter muita cautela ao desejar estar no mesmo “pódio” que seu irmão; está disposto a passar também por suas provas? Aliado ao ofício, você receberá toda a estrutura necessária, isto é, não haverá justificativa para se negar a cumprir. Finalmente, e não menos importante, Moisés aprendeu que o significado para sua existência estava exatamente em obedecer ao seu chamado e, para tanto, precisaria depender totalmente de Deus, mas, não apenas isso. Ele não conseguiria fazer nada sozinho. Muitas vezes, cumprir sua missão envolverá também depender de outras pessoas. A formação desse triângulo interdependente na conexão entre Deus, homem e o seu próximo é imperativa para o êxito no comissionamento. Que cumpramos nossa missão, bem como sejamos instrumentos para que outros também alcancem este objetivo.
Juvenal Netto